A chegada dos alvarás de soltura dos mais de 400 bombeiros detidos no quartel de Charitas, em Niterói, revelou que cinco deles estavam presos irregularmente. Segundo os deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL) e Flávio Bolsonaro (PP), que acompanham o caso, os cinco foram mantidos no quartel sem que tivesse sido emitida nota de culpa --formalidade necessária para a prisão em flagrante.
"Isso é mais uma comprovação de que foi tudo feito de forma açodada. O Estado prendeu os bombeiros por uma semana e nem sabia quem estava preso. Agora, vai ter a obrigação de ressarci-los pelos danos", criticou Bolsonaro.
O bombeiro Ronaldo Carlos Faria, do 3º Grupamento Marítimo de Copacabana, conta que ele e outros quatro colegas descobriram o erro quando o oficial de justiça chegou com os alvarás de soltura dos detidos, na manhã de ontem. "Fomos pegar os nossos, mas eles não estavam lá. Aí foram checar e viram que não tinha nem nota de culpa. Ficamos aí de graça", reclamava ele, que foi liberado e estuda processar o Estado pelo erro.
Até o fim da manhã, 14 bombeiros continuavam detidos por falhas na documentação enviada. Mais de 400, porém, deixaram o quartel sob aplausos de parentes e curiosos. Fogos de artifício também foram estourados para comemorar a libertação.
Moradora das proximidades, Joselice Cunha, 86, chorou ao ver os mais de 400 bombeiros livres. "Não sou parente de nenhum deles, mas estava torcendo muito pela libertação. Vim para cá cedo para acompanhar tudo", disse.
Ao sair, muitos bombeiros traziam a palavra "anistia" escrita em vermelho na testa. Eles saíram cantando os hinos nacional e do Corpo de Bombeiros e se dirigiram a um estacionamento em frente ao quartel, na praia de Charitas. Moradores que jogavam futebol na praia interromperam a partida para aplaudir os libertos. Praticantes de parapente também pousaram na praia em apoio à categoria.
"Mandamos uma mensagem para nossa lista de emails para convocar os amigos a prestar essa homenagem", explicou Everson Oliveira, o primeiro a pousar no local.
Da praia, os bombeiros seguiram em cerca de dez ônibus para a estação Araribóia, também em Niterói, de onde seguiram de barca até o Rio. A manifestação continuou em frente à Alerj (Assembléia Legislativa do Rio).
Acompanhado da mãe, da mulher e da filha, o cabo Júlio César Ferreira Alves se disse aliviado com a libertação. "Foi um período muito doloroso. Eu estava preocupado com minha família, com a alimentação deles. Herói não pode ser tratado dessa forma. Nos trataram como bandido", disse.
fonte: folha uol.
fonte: folha uol.
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