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Divulgação |
O grupo de Operações Táticas da Polícia Federal iniciou no início da noite deste domingo (5) a ocupação da Assembléia Legislativa da Bahia, onde os policiais grevistas estão concentrados desde o último dia 31, quando o movimento foi deflagrado.
Cerca de 40 policiais da tropa especial iniciam as negociações para a desocupação pacífica do prédio.
A energia elétrica foi suspensa no local, e, além da saída dos grevistas, os policiais federais buscam cumprir os 11 mandados de prisão expedidos pela Justiça.
O comando da operação solicitou aos PMS que não recebam os agentes com violência. Os PMS em greve estão na companhia de mulheres, crianças, amigos e familiares e somam cerca de 350 pessoas, segundo os organizadores do movimento.
Desde o início da greve, uma onda de saques e assassinatos tomou conta da Bahia; mais de 80 pessoas foram mortas desde quarta-feira (1º), mais do que o dobro do registrado no mesmo período da semana anterior.
Nesta tarde, o presidente da Casa Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT), pediu ao general Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança na Bahia, que o local seja desocupado ainda neste domingo.
A Justiça já decretou a ilegalidade do movimento há três dias e expediram 12 mandados de prisão, um deles foi cumprido nesta madrugada.
O deputado disse que "os trabalhos legislativos precisam voltar à normalidade e que a Assembléia não pode ser usada como abrigo para foragidos da Justiça." Nilo falou ainda que o pedido partiu dele mesmo, e não do governador.
Após ser comunicado, o general G. Dias convocou uma reunião com outros integrantes que reforçam a segurança na Bahia para avaliar o pedido.
Também neste domingo, mais 135 militares do Batalhão de Infantaria Pára-quedista que saíram do Rio de Janeiro e 15 militares de Brasília chegaram a Salvador para reforçar a segurança na Bahia.
Circulam ainda na cidade, segundo a Secretaria de Comunicação do governo do Estado, quatro veículos blindados Urutu, de Recife. Está previsto para hoje ainda o transporte de mais 150 homens do Exército Brasileiro da capital pernambucana para Salvador.
100% de adesão em 32 cidades.
No sábado (5), a Associação dos Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra) informou que a adesão ao movimento é de 100% do efetivo em 32 dos 417 municípios baianos, incluindo algumas das principais cidades do Estado, entre elas Ilhéus, Itabuna, Jequié, Vitória da Conquista e Senhor do Bonfim.
Policiais Integrantes do 20º Batalhão da Polícia Militar, do município de Paulo Afonso (a 484 km de Salvador), decidiram cruzar os braços sob a alegação de que o governo não vem cumprindo com algumas pendências.
Na noite da sexta-feira, policiais da cidade de Barreiras (a 848 km da capital baiana) também aderiram ao movimento.
Crimes federais.
Ainda ontem (sábado), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que, por solicitação do governo do Estado, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) já reservou vagas em presídios federais para encaminhar, se necessário, policiais que tenham cometido algum tipo de crime durante o movimento grevista.
Cardozo se reuniu com o governador da Bahia, Jaques Wagner, e disse que todas as ocorrências criminosas serão tratadas como crimes federais.
"Todos os crimes cometidos nesse período são qualificados como crimes federais e serão tratados como tais.
Seremos muito firmes no cumprimento do nosso dever", disse Cardozo em entrevista na Base Aérea de Salvador.
O ministro viajou à Bahia acompanhado do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, e da secretária nacional da Segurança Pública (Senasp), Regina Miki. Cardozo considerou “inaceitável” a forma como os policiais estão conduzindo a greve.
"O Estado de Direito não permite o abuso do próprio direito. Isso [a greve], da forma como está sendo tratado, é inaceitável."
Fonte: UOL/Fotos Divulgação.
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